A triste realidade de
refugiados venezuelanos vivendo pelas ruas de Boa Vista, motivou o dirigente de
uma congregação da Assembleia de Deus a mobilizar os membros da pequena igreja,
localizada
no bairro Jardim Floresta, na zona Oeste da Capital, a preparar dezenas
de refeições e entregar as marmitas aos estrangeiros que passam a noite em
diversos pontos da cidade.
Claiton Rodrigues e outros membros da igreja preparam as marmitas |
Na primeira ação do
projeto, durante a noite deste domingo, cerca de 40 marmitex foram entregues
aos venezuelanos, inclusive jovens e crianças que estão dormindo na rodoviária
de Boa Vista. Em um momento de muita alegria e felicidade, já que grande parte
dos refugiados não encontra algo para comer no final do dia.
Claiton Rodrigues é
funcionário público e diácono da igreja que realiza a ação. Ele explica que o
principal objetivo é ajudar o próximo, pois esse é um dos papéis da igreja,
levando também apoio espiritual aos estrangeiros.
“Sabemos que é difícil
ajudar a todos que estão precisando, mas se fizermos pelo menos uma parte,
podemos ajudar muitas pessoas doando esses alimentos. Tem muita gente que vai
dormir sem se alimentar, nos semáforos, nas ruas e esquinas da cidade, e como
igreja precisamos sair dos templos e
nos atentarmos para este povo que padece
precisando de ajuda”, disse Claiton.
Refugiados recebem o alimento em frente a rodoviária de Boa Vista |
Além de receberem o
alimento, os refugiados também recebem orações e ouvem a mensagem pregada pelos
membros da igreja evangélica. Eles também são convidados a participarem dos
cultos na igreja localizada na Avenida Carlos Pereira de Melo, e na congregação
as refeições também foram entregues neste domingo aos convidados venezuelanos
que participaram da celebração.
Após a grave crise
econômica e de desabastecimento enfrentada pela Venezuela nos últimos meses,
milhares de venezuelanos já cruzaram a fronteira em direção ao Brasil, em busca
de meio para
subsistência. No país vizinho faltam produtos básicos como alimentos e remédios. Em contrapartida, o desemprego e a violência aumentaram.
Ao chegarem à Capital
roraimense, os refugiados vão para os semáforos pedir esmola, ou trabalham
vendendo artesanatos e limpando para-brisas durante todo o dia. Posteriormente
por não terem onde ficar, eles dormem em prédios abandonados ou em espaços públicos
como a rodoviária internacional de Boa Vista. De acordo com o governo de
Roraima, o número de pedidos de refúgio é maior que o dos últimos cinco anos no
Estado.
Alimento material e espiritual |
Diácono Claiton entrega marmita a uma venezuelana após o culto |
Diaconisa Oriana também participou da entrega dos alimentos aos convidados estrangeiros |
Membros da igreja do bairro Jardim Floresta 1 oram por moradores de rua |
Robson Moreira
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