quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

EM NOVO ENDEREÇO, CENTRO DE REFERÊNCIA AO IMIGRANTE ABRIGA MAIS DE 300 VENEZUELANOS EM BOA VISTA

[1] Coronel Doriedson Ribeiro coordena os trabalhos no Centro de Referência ao Imigrante
Nesta última terça-feira, 27, o Centro de Referência ao Imigrante (CRI), criado pelo Governo de Roraima e coordenado pela Defesa Civil para amparar os estrangeiros venezuelanos que estão migrando para o Estado, mudou de endereço e agora está instalado no ginásio poliesportivo do bairro Pintolândia, na zona Oeste da Capital. Ao todo, cerca de 400 estrangeiros, especialmente indígenas, que anteriormente viviam nas dependências da Feira do Passarão, foram encaminhados para o local, que desde a criação oferece atendimentos médicos, odontológicos e alimentação.

O secretário executivo da Defesa Civil Estadual, coronel Doriedson Ribeiro, explica que o centro também funcionará como abrigo aos refugiados, principalmente pela decisão judicial que proíbe as crianças indígenas permanecerem nas ruas. Trabalho que a partir de agora deverá ser realizado em parceria com a Prefeitura de Boa Vista.

[2] Crianças venezuelanas em fila para receber alimentos no CRI
“Aqui no ginásio do Pintolândia, nós temos o local onde vai ser feito o mesmo trabalho que estava sendo feito antes, mais o trabalho de abrigo. Nós estamos aguardando a Prefeitura se manifestar, para que esse trabalho seja realizado de forma compartilhada. O Estado trabalha com a questão da alimentação, e os atendimentos médicos e odontológicos, e o município trabalharia disponibilizando o abrigo. Eu conversei com o secretário municipal de Segurança Urbana e Trânsito e da Defesa Civil de Boa Vista, que ficaram de levar essa proposta para a prefeita, para fechar esse acordo de trabalho”, disse.

Em relação ao apoio da Prefeitura no atendimento aos imigrantes, Amarildo Gomes, diretor da Defesa Civil Municipal, afirma que o órgão estará se reunindo com representantes do executivo de Boa Vista e do Governo do Estado, para definir as próximas ações.

[3] Amarildo Gomes, diretor da Defesa Civil de Boa Vista
“Hoje estamos aqui com uma equipe da Defesa Civil, assim como a Secretaria de Segurança Urbana, analisando a situação. Posteriormente será feita uma reunião, para traçar metas e definir as nossas responsabilidades quanto a essa questão imigratória no Estado”, afirmou Amarildo.

Desde a implantação do Centro de Referência ao Imigrante, a Fraternidade Federação Humanitária Internacional, auxilia no atendimento aos venezuelanos em Roraima. Na equipe de voluntários, médicos, dentistas, psicólogos e terapeutas prestam assistência aos estrangeiros. No entanto, a missionária Clara, uma das representantes da Fraternidade, destaca que é necessário o apoio e a sensibilização de toda a sociedade roraimense.

“Nós precisamos muito da ajuda do povo de Roraima aqui no ginásio. Precisamos de apoio para ficar com as crianças, as pessoas que gostam, que tem afinidade. Também para o preparo do alimento, para organização do local, limpeza em geral, e principalmente para estar com eles, nesse momento de grande tragédia humanitária que esses refugiados estão vivendo”, frisou a missionária.

[4] Missionária Clara, desde novembro está em Roraima
Muitos venezuelanos não quiseram ser levados para o CRI, e permanecem em semáforos de Boa Vista pedindo esmolas, inclusive com crianças, e neste caso, o coronel Doriedson ressalta que a população não dê dinheiro aos estrangeiros.

“Nós temos um espaço, e estamos dando toda a oportunidade para que essas pessoas possam ser bem atendidas, serem acolhidas, em um local que elas possam realmente ter um tratamento humanitário. Então pedimos encarecidamente à população que não dê dinheiro a esses imigrantes que continuam na rua, porque dando dinheiro você estimula essas pessoas a continuarem nos semáforos. Inclusive, a preocupação maior, é que eles fiquem nas ruas e levem as crianças, colocando os menores em situação de vulnerabilidade”, disse Doriedson.

Em visita ao Estado na tarde de terça, 27, o ministro da saúde, Ricardo Barros, observou as consequências da imigração na saúde pública de Roraima, indo ao Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, visitando também o Hospital Geral (HGR) e o Hospital da Criança Santo Antônio em Boa Vista.

[5] No Centro os venezuelanos recebem atendimentos médicos e alimentação

Logo após, em entrevista coletiva, o ministro anunciou que o Estado receberá um repasse de R$ 3,7 milhões de reais para melhorias nas unidades hospitalares e no atendimento aos venezuelanos, já que o Governo Estadual, no início de dezembro, decretou situação de emergência na saúde, devido a imigração venezuelana crescente e desordenada.




Robson Moreira

IMAGENS:
[1] Angra Soares
[2] Angra Soares
[3] Angra Soares
[4] Angra Soares
[5] Angra Soares

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